quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ritmos Jamaicanos para acordes Brasileiros

Misturar ritmos é um desafio ao qual muitos se submetem, mas poucos o fazem tanta maestria. Os músicos convidados para a ultima sessão do Taiguara Sessions impressionam ao mostrar excelentes arranjos de ska para partituras de clássicos como "Titico titico no fubá" e "Carinhoso". É isso mesmo, A Orquestra Brasileira de Música Jamaicana vem mostrar todo ritmo em clássicos e composições próprias. São 10 músicos que sobem ao palco, contando com o produtor Sérgio Soffiati, a mente por trás dos arranjos inovadores da OBMJ.



  

A banda começou em 2005 com o estudo e produção de alguns arranjos. Eles gravaram o disco “Volume I” em 2008 e vêm se apresentando e crescendo desde então. Apesar de já terem se apresentado em diversos lugares, inclusive num festival junto com os Skatalites, eles contam que nunca tocaram em um projeto beneficente antes. Confira a entrevista que Felipe Pipeta e Sérgio Soffiati deram entrevista durante a passagem de som no estúdio SP Augusta:

CTC: Como vocês se conheceram e começaram o projeto?

OBMJ: Começamos o projeto em 2005, fazendo arranjos e o processo de criação da banda. Em 2008 a gente juntou a turma e começou a fazer a gravação [do disco] e uma série de shows pelo Brasil.

CTC: Vocês já tocaram em algum outro projeto social como a Casa Taiguara?
OBMJ: Na verdade não. É o nosso primeiro show unido a uma projeto desse tipo. 




CTC: A Casa Taiguara de Cultura trabalha a música e outros ramos da arte como meio de cidadania e conscientização. Como vocês veem a musica como instrumento para promoção dessa questão cultural?
OBMJ: Música e arte em geral é muito importante. Um povo que tem cultura é um povo que cresce, então, falando do micro mundo, um garoto que em vez de ficar na rua e fica em casa tocando um cavaquinho, pandeiro ou qualquer instrumento é essencial. É muito mais do que uma necessidade. Um povo, uma nação, que prima pela cultura, pela arte, é um povo rico que cria e pode contestar os políticos que regem nosso sistema e fazem o que querem do nosso país. 
Eu (Pipeta) tenho a oportunidade de trabalhar com crianças também, dou aulas em fanfarras em São Caetano do Sul. A música, cultura, a arte em sí é muito importante, tenho alunos que ficam na rua o dia todo, quando eles entram pro mundo musical acabam abrindo um leque de oportunidades pra si, até pra seguirem uma profissão mais pra frente de repente.

CTC: E como seu chama seu projeto, Felippe?
OBMJ: Chama "Bandas de Fanfarras de São Caetano do Sul".




CTC: Vocês estão empolgados em tocar no bairro do Bixiga?
OBMJ: Ensaiamos por lá, alguns membros moram lá. Tocamos com o Bixiga70 no dia do graffite, que foi uma ocupação que aconteceu lá. Já estamos acostumados com o bairro.

CTC: E como será pra vocês participarem desse projeto?
OBMJ: A gente tá animado em tocar na Casa Taiguara porque é no bixiga, que já foi um grande polo cultural e acho que estamos todos tentando voltar a isso, inclusive com essa questão do Bixiga70. A casa Taiguara estando ali é importante pra isso acontecer também, pra movimentar e ocupar o espaço com arte. Vai ser bacana estar na CTC fazendo esse show.



Confira o vídeo teaser da festa, que foi feito durante a entrevista no Studio SP:




A OBMJ são: Sergio Soffiatti (guitarra e vocais), Felippe Pipeta (trompete e flugelhorn), Rubem Marley (trombone e backing vocals), Igor Thomaz (sax barítono e sax alto), Fernando Bastos (sax tenor e flauta), Otavio Nestares (Trompete e Flugelhorn), Fabio Luchs (bateria e backing vocals), Rafael Toloi (contra-baixo) e Pedro Cunha (piano e órgão).

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